Genética de Suínos – Agroceres PIC

Artigos Técnicos e de Gestão

Orientações técnicas para maximizar o peso dos leitões ao desmame

Por Amanda Pimenta Siqueira e João Victor Facchini Rodrigues – Serviços Técnicos da Agroceres PIC

Estabelecer estratégias para a produção de leitões de alta qualidade ao desmame, é hoje, um princípio básico na suinocultura de alta performance. Leitões mais pesados e vigorosos ao desmame são mais rentáveis, principalmente por sua capacidade de expressar todo o seu potencial genético e de crescimento ao longo de seu ciclo produtivo. Isso, na prática, significa redução de custos e melhor desempenho zootécnico e econômico. Confira, a seguir, recomendações técnicas e de manejo para elevar o peso dos leitões ao desmame.

1 – Explore o potencial genético do plantel reprodutivo

Os avanços do melhoramento genético têm dado origem a fêmeas cada vez mais prolíficas, com capacidade para desmamar leitões mais pesados, uniformes, vigorosos e com excelente desenvolvimento do nascimento ao abate. Manter uma boa base genética, portanto, por meio de estratégias de descarte e reposição bem definidas, é primordial para produzir leitões de melhor qualidade ao desmame. Lembre-se, a evolução genética vem ajudando a aumentar o tamanho, o peso, a viabilidade e a uniformidade das leitegadas ao nascimento. A matriz Camborough, por exemplo, já apresenta índices como 270 kg de leitões desmamados por fêmea ao ano. Aproveitar o potencial genético é o primeiro passo para desmamar leitões mais pesados e de alta qualidade.

2 – Intensifique os cuidados com as leitoas de reposição

Dedicar atenção especial às leitoas de reposição durante toda a sua fase de preparação é outro aspecto essencial para a obtenção de bons resultados reprodutivos e, por extensão, para o desmame de leitegadas mais pesadas. O grupo deve ser inspecionado, pelo menos uma vez ao dia, para identificação prévia de eventuais ocorrências que possam comprometer seu bem-estar e prejudicar seu desenvolvimento. Supervisione, diariamente, as condições gerais das instalações – limpeza, funcionamento dos equipamentos de alimentação e bebedouros, estado das baias e do piso (solos muito abrasivos podem comprometer a integridade do sistema mamário das leitoas), realize a monitoria sanitária do plantel e o registro de lesões locomotoras. 

3 – Redobre os cuidados com a seleção das leitoas

A seleção das leitoas tem impacto direto sobre seu desempenho reprodutivo. Por isso, precisa ser realizada com critério e assertividade. Aspectos como o desenvolvimento e a condição corporal das fêmeas, a relação entre peso e idade e imperfeições físicas devem ser cuidadosamente observados. As fêmeas devem apresentar estrutura locomotora forte e saudável. A qualidade do aparelho mamário é outra característica a ser avaliada. As leitoas precisam ter, no mínimo, 14 tetas funcionais para que possam atingir a meta de desmamados. Promova, também, um controle rigoroso do peso e da idade da leitoa. O ideal é que elas sejam inseminadas a partir de 200 dias de vida, com, no mínimo,135 kg e, no máximo,160 kg.

4 – Dedique atenção especial ao manejo alimentar

Realize um bom manejo alimentar na maternidade. Forneça ração fresca, de qualidade e à vontade às fêmeas durante toda a lactação. Redobre os cuidados para evitar falta de alimento e/ ou interrupções no seu fornecimento. Faça, diariamente, a “leitura do cocho” para identificar falhas e verificar se as fêmeas estão se alimentando adequadamente. Assegure também um bom manejo hídrico. Os animais precisam ter acesso à água limpa, fresca e abundante. Fornecer ração e água para consumo espontâneo na maternidade promove um bom ganho de peso das fêmeas, estimula a produção de leite e, consequentemente, favorece o desmame de leitões mais pesados. 

5 – Garanta boas condições de ambiência às fêmeas e aos leitões

Proporcionar um ambiente térmico adequado na maternidade é fundamental para o bom desenvolvimento dos leitões. Porém, essa nem sempre é uma tarefa simples, visto que estão alojadas ali duas categorias de animais com zonas de conforto distintas. Organize e equipe as instalações para atender às exigências de ambos. Para as fêmeas parturientes, no período pré-parto (3 a 4 dias), a temperatura ambiente desejada é de 19°C, já no momento do parto deve ser de 24°C, com queda de 0,5°C a cada dia após o encerramento dos partos, atingindo os 19°C ao décimo dia de lactação. Já o microclima dos leitões deve ser mantido em 32°C, durante a primeira semana de vida, com redução gradual da temperatura até chegar aos 28°C na fase de lactação.

6 – Reforce os cuidados com os procedimentos sanitários

Oferecer uma boa condição sanitária aos animais é vital para a performance reprodutiva das fêmeas e o desenvolvimento dos leitões. Reforce as normas de biossegurança e revise, continuamente, os procedimentos sanitários.
Ao fazê-lo, lembre-se de que uma boa estratégia sanitária tem sempre como parâmetro as características da própria granja. Realize a monitoria sanitária do rebanho continuamente. Isso inclui a execução de programas profiláticos e terapêuticos (administração correta de vacinas e medicamentos) para fêmeas e leitões, indicados pelo médico veterinário responsável.

7 – Treine e capacite os colaboradores continuamente

Pode parecer lugar comum, mas contar com uma equipe qualificada e engajada é absolutamente primordial para o desmame de leitões mais pesados e de alta qualidade. De nada adianta ter a melhor genética, ótimo status sanitário, a melhor nutrição, se não houver colaboradores envolvidos e dedicados. Mantenha uma boa política de treinamento e capacitação da equipe. O aperfeiçoamento deve ser contínuo. Realize reciclagens semestrais para qualificar a equipe. Igualmente importante é observar o perfil dos colaboradores, para designá-los às funções adequadas no dia a dia da granja, e instruí-los, continuamente, sobre as tarefas que cada um precisa fazer. O foco nas pessoas é fundamental, uma equipe capacitada e valorizada é, invariavelmente, sinônimo de bons resultados.

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