Genética de Suínos – Agroceres PIC

Artigos Técnicos e de Gestão

Estratégias para extrair o máximo potencial genético dos suínos na granja

Por Natalia Irano – Serviços Genéticos da Agroceres PIC

Investir em genética sempre foi uma decisão estratégica. É ela a responsável por liderar os avanços de produtividade, definindo novos padrões de eficiência e lucratividade nas unidades de produção. Nos últimos anos, o desenvolvimento de novas tecnologias tem acelerado o progresso genético dos suínos, dando origem a animais cada vez mais eficientes e de maior retorno econômico. Em um ambiente altamente desafiador como é o suinícola, ser capaz de explorar, ao máximo, a aptidão genética dos animais é primordial para elevar a competitividade do negócio. Confira, a seguir, orientações técnicas para extrair o máximo potencial genético dos suínos nas unidades de produção. 

1 – Acompanhe rigorosamente os dados e o índice genético do plantel

O registro preciso dos dados reprodutivos do plantel é essencial para a avaliação genética e, por extensão, para viabilizar o ganho genético dos animais na unidade. Todos os eventos reprodutivos do plantel precisam ser registrados e atualizados. Os dados de inseminação, parto, desmame, seleção e remoção das fêmeas são necessários para atualizar o programa genético e, assim, obter informações precisas para a tomada de decisões. Igual atenção deve ser dada à identificação das leitoas puras, que devem ter pais conhecidos e uma identidade exclusiva ao nascimento, para receberem um índice genético e serem consideradas candidatas a reposição do plantel

2 – Fique atento ao dimensionamento do plantel de bisavós e avós

Promover um dimensionamento adequado do plantel de fêmeas puras sobre o número de matrizes comerciais, normalmente entre 8 e 10%, é fundamental para assegurar o fluxo de leitoas necessário para realizar a seleção e atualização genética do rebanho reprodutivo. Quanto mais adequado o número de leitoas disponíveis, maior a oportunidade de selecionar as de melhor condição física e, dentre elas, as de mais alto valor genético. Lembre-se sempre, a introdução de leitoas de boa qualidade e alto potencial genético é determinante para o desempenho do plantel reprodutivo.

3 – Monitore se o alvo da taxa de reposição anual está sendo cumprido

A quantidade de leitoas necessárias para a reposição do plantel de fêmeas puras deve ser suficiente para manter uma taxa de reposição, idealmente, entre 65 e 70%. Dessa forma, é possível atingir um equilíbrio entre os benefícios de uma disseminação genética mais rápida e os custos de se produzir mais leitoas puras. Para maximizar o potencial genético do plantel, além da entrada de leitoas melhores, é fundamental que fêmeas de menor valor genético possam ser descartadas do plantel. Quanto menor a perda de fêmeas por outras causas, maior poderá ser o descarte genético.

4 – Redobre os cuidados com a preparação das leitoas

Uma vez selecionadas as melhores leitoas, é preciso prepará-las para a vida reprodutiva. Priorizar as ações e manejos próprios desta etapa permite não apenas extrair o máximo potencial genético das leitoas, como aumentar sua permanência no rebanho reprodutivo. Garantir boas condições de alojamento, redobrar a atenção com a biossegurança, intensificar os cuidados com o manejo alimentar e a ambiência são essenciais para a obtenção de bons resultados reprodutivos. É preciso também verificar o estro das fêmeas e realizar um bom manejo de estímulo diário ao cio, a fim de elevar a quantidade de leitoas aptas à reprodução. Observar o peso e a idade da leitoa é outro procedimento determinante para o correto momento da inseminação. O ideal é que as leitoas sejam inseminadas com no mínimo 135 kg e no máximo 160 kg e, ao menos dois cios registrados.

5 – Tenha atenção à qualidade do flushing e ao manejo alimentar

A prática do flushing impacta significativamente os indicadores reprodutivos das leitoas, especialmente o número de nascidos totais. Para maximizar os resultados, realize o flushing por pelo menos 15 dias. Períodos mais curtos em gaiolas podem prejudicar o desempenho reprodutivo e reduzir a produtividade, resultando em até 0,9 nascidos totais a menos por fêmea ao longo do ciclo produtivo. Ajuste o sistema de arraçoamento para garantir que os animais tenham acesso adequado à água e à ração. Mantenha as fêmeas em condição corporal adequada. Inicie o monitoramento do peso das fêmeas na primeira cobertura e, a partir de então, faça medições a cada 30 dias com auxílio do Caliper. A meta é que 90% do plantel seja formado por fêmeas com condição corporal ideal. Ajuste a curva de arraçoamento de acordo com a condição corporal da fêmea*.

6 – Utilize sêmen de machos reprodutores do topo da pirâmide genética

Em sistemas fechados, onde a própria granja produz as leitoas de reposição, a atualização genética do plantel é realizada pelos machos reprodutores. Por isso, é absolutamente necessário que esses machos tenham o maior potencial genético possível, para produzir leitoas de reposição do mais alto nível genético e, assim, gerar progresso genético para todo o sistema produtivo. Para garantir o sucesso reprodutivo e disseminar de forma eficiente todo o potencial genético, é preciso redobrar os cuidados com a recepção, armazenagem e uso das doses inseminantes. Organizar as doses nas conservadoras de sêmen por data de coleta, linha genética e reprodutor contribui para que as inseminações sejam realizadas corretamente. Lembre-se: é fundamental que as bisavós sejam inseminadas com doses de somente um macho bisavô, para que as leitoas produzidas tenham pai e mãe conhecidos.

7 – Invista na atualização e no desenvolvimento profissional da equipe

Os colaboradores são essenciais para maximizar o potencial genético dos sistemas de produção de suínos. São eles os responsáveis por várias atividades importantes na granja, como o registro correto dos dados zootécnicos, realização de diferentes manejos, higienização das instalações, inspeção diária dos animais, funcionamento dos equipamentos, entre tantas outras. Mantenha um bom programa de treinamento para a equipe. Os colaboradores precisam estar capacitados tecnicamente para cumprir suas atribuições, ter um claro entendimento de suas funções e, mais do que isso, ter total compreensão de sua importância para os resultados da unidade. Valorizar o trabalho da equipe e investir em iniciativas de capacitação contínua é determinante para motivar os colaboradores, reter talentos e formar times de alto nível de desempenho.

*Para informações mais detalhadas, consulte nossa equipe de Serviços Técnicos.

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